Por terem de seguir regras fiscais e contábeis, as empresas aéreas
também só podem operar com câmbio oficial do governo e acabam perdendo
muito dinheiro com isso. Companhias aéreas internacionais dizem que o
governo de Maduro deve a elas mais de 3 bilhões de dólares. As rígidas
regras de controle sobre as divisas estrangeiras foram impostas pela
primeira vez em 2003, pelo então presidente Hugo Chávez. Com a medida, o
governo espera conter a fuga de capitais, mas a insistente crise
econômica e a falta de segurança institucional têm levado investidores a
desistirem da Venezuela.
Embora Maduro ameace sancionar as empresas que não cumprirem as novas
determinações, uma fonte ligada ao setor aéreo afirmou que o tiro do
presidente pode sair pela culatra. Se usarem o bom senso, as companhias
poderão utilizar a nova legislação do mandatário para nivelarem os
preços das passagens por baixo. “Os preços que vemos no mercado
venezuelano são fruto da elevada dívida que o governo mantém com o
setor. Vemos que são os preços mais altos da região. Por exemplo, uma
passagem de Bogotá a Miami custa mais ou menos 600 dólares, enquanto uma
de Caracas a Miami não sai por menos de 1.200 dólares”, afirmou a
fonte, em condição de anonimato. “Aposto no raciocínio do setor, porque,
do contrário, seria uma loucura. O poder aquisitivo não tem crescido
aqui para suportar esse aumento.”
Copa do Mundo – Em mais um de seus vários delírios,
Maduro disse recentemente que a crise na aviação venezuelana estava
sendo provocada não pela dívida milionária com as empresas, mas pelo
interesse dos turistas de viajarem ao Brasil para assistir à Copa do
Mundo. A alegação foi uma reação à interrupção dos serviços prestados
pelas empresas Air Canada
e American Airlines, pela suspensão do trecho Roma-Caracas que era
operado pela italiana Alitalia e pelos resultados negativos divulgados
pela Gol, que cobre a rota São Paulo-Caracas. A companhia brasileira
disse que perdeu 34 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2014
devido à depreciação da moeda venezuelana e recursos retidos pelo
governo que totalizam 159 milhões de dólares, segundo o jornal espanhol El País.
“Como parte da guerra econômica que está em curso contra a Venezuela,
algumas linhas aéreas estão anunciando coisas, alguns dos anúncios são
manipulados, algumas linhas aéreas da Europa fizeram uma reprogramação
dos voos para o Mundial de futebol que está atraindo voos ao Brasil”,
disse o presidente. Maduro, inclusive, decretou que as empresas que
deixarem de operar no país não voltarão nunca mais a terem voos
direcionados para o aeroporto de Caracas. “Se irão embora, que fiquem
por lá, não voltem mais para a Venezuela, porque a Venezuela se respeita
e quem quer prejudicar a Venezuela pagará por isso”, afirmou.
Fonte: www.veja.abril.com.br
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