segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Reportagem reforça importância da formação de novos pilotos


Uma série de matérias publicadas recentemente no site de notícias G1 reforçam, através da opinião de especialistas do setor aéreo, a importância do investimento em formação de novos pilotos brasileiros para todos os segmentos da aviação civil.
Os especialistas e diretores do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), ouvidos nas matérias, relatam o lobby das empresas pela permissão de contratação de pilotos estrangeiros na operação offshore. Atualmente, essa contratação é proibida pelo Código Brasileiro de Aeronáutica, que autoriza apenas o emprego de tripulantes estrangeiros em caráter provisório, por até seis meses. Todavia, desde 2009, tramita na Câmara o projeto de lei 6.716, que pretende alterar a norma, autorizando a contratação de tripulantes estrangeiros por até 5 anos.
O SNA vem argumentando junto ao relator da matéria, deputado federal Bruno Araújo, que há alternativas para evitar a falta de profissionais no mercado, como o estímulo e subsídio à formação de novos profissionais e a oferta de melhores salários por parte das empresas. Para a entidade, as empresas fazem o lobby não porque faltam pilotos, mas porque o interesse deles na aviação offshore fica diminuído diante dos salários praticados nesse mercado, menores por exemplo, que o das companhias de aviação regular.
As empresas também não investem em formação como deveriam e o governo não oportuniza cursos em universidades e escolas gratuitas para formar pilotos, o que poderia reverter em pouco tempo qualquer déficit de trabalhadores no setor.
"Se as empresas investirem na formação, não precisa vir estrangeiros. Acho que o problema da língua pode prejudicar a segurança do tranporte. A melhor solução é empresas de offshore criarem o seu próprio corpo de instrutores e treinarem seus pilotos. Aí têm a certeza de que são os melhores para operarem estas aeronaves”, diz o presidente da Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero (Abraphe), comandante Rodrigo Duarte, ao G1.
Outra conclusão que pode ser tirada analisando as matérias é que não só no Brasil mas em todo o mundo faltarão profissionais para esse mercado, no futuro, caso não haja ampliação de investimentos e subsídios para a formação. E que, no caso específico do Brasil, há interesse dos jovens em ingressar na carreira, empreendedorismo e necessidade crescente das companhias em contratação, faltando apenas esse investimento, tanto das empresas, quanto do governo.
Ou seja, permitir a contratação de pilotos estrangeiros, além de precarizar as condições de trabalho no Brasil, colocando em risco inclusive a segurança de voo, a médio e longo prazo é uma medida com consequências extremamente prejudiciais. "É não aproveitar esse momento extremamente propício para capacitarmos profissionais brasileiros(as) - quando ainda dispomos de pilotos qualificados para atender nossa demanda", afirma o SNA. A entidade defende que formar profissionais brasileiros garante a independência do país nessa área e a soberania nacional.
O SNA encaminhou uma carta ao deputado, com considerações contrárias a aprovação da matéria no Congresso, e um e-mail reforçando esses argumentos ilustrado pelas matérias do G1. A entidade espera que o Congresso reflita sobre o projeto com responsabilidade, pensando não só no interesse das empresas, mas na soberania do país, na geração de empregos e na qualificação do mercado de trabalho dos aeronautas brasileiros, garantindo segurança aos tripulantes, passageiros e população em geral.

Fonte: SNA


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