O Brasil precisa com urgência de "uma política para a aviação que
saia das planilhas e entre realmente em execução", defendeu hoje (17),
no Senado, o presidente da Associação de Pilotos e de Proprietários de
Aeronaves, George César Araripe.
Ao participar de audiência pública na Subcomissão Temporária da
Aviação Civil, vinculada à Comissão de Serviços de Infraestrutura, ele
reivindicou também que os recursos arrecadados nos aeroportos sejam
revertidos para a melhora dos serviços. Na ocasião, foram abordadas as
políticas públicas para o desenvolvimento da aviação no país.
Segundo Araripe, esses recursos "vão para o Tesouro Nacional e
retornam minguados [para o setor], que passa por contingenciamentos
anuais. Grande parte do dinheiro vai para compor o superávit primário,
que o governo faz todo ano".
Integrante do Conselho Consultivo da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), Araripe disse que a concessão dos aeroportos de Guarulhos
(SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) mostra que o governo “está perdido e
não sabe o que fazer ante uma situação de caos irreversível, sem
solução no curto prazo.” Para ele, é preciso ouvir quem trabalha no
setor. “Queremos apenas ser ouvidos e ajudar a melhorar, porque o setor
aéreo tem que estar nas mãos de quem realmente entende do assunto, pois a
aviação não é uma brincadeira", disse o piloto.
Araripe sugeriu que o país implante uma política de exploração do
tráfego aéreo com finalidade turística na Região Amazônica. Segundo o
piloto, o turismo aéreo no Caribe arrecada anualmente US$ 240 bilhões.
A secretária de Navegação Aérea Civil da Secretaria de Aviação Civil
(SAC), da Presidência da República, Clarisse Bertoni, reconheceu que "a
saturação nos aeroportos atualmente é relevante", e a frota aumenta 4,3%
ao ano, com tendência de continuar nesse ritmo.
Segundo ela, a secretaria tem mapeado os desafios do setor, que estão
contemplados em planos de ação que o governo procura implantar "com
ampla participação da sociedade e das entidades setoriais".
Já o vice-presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral
(Abag), Ricardo Nogueira, observou que é preciso dinamizar a aviação no
país, setor que ele considera uma das “pernas” do desenvolvimento. “Mas é
preciso ter condições de voar, ter reduzidos os custos nos aeroportos e
ter lugar para desembarcar", afirmou. A Abag tem 75 empresas de aviação
associadas.
Fonte: Portal Tripulação.com.br
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