Com o cenário de câmbio desfavorável, desaceleração da demanda por
viagens aéreas e preços mais elevados de combustível, a presidente Dilma
Rousseff começa a defender internamente que a melhor ajuda que o
Executivo pode oferecer às empresas aéreas é permitir uma maior
participação de capital externo nas companhias nacionais.
Hoje, a limitação é de 20% e há consenso no Palácio do Planalto que esse
número seja elevado para ao menos 49%. O que se discute ainda é se
devem ou não ultrapassar este patamar que mantém os estrangeiros como
minoritários.
Dilma e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, concordam que, diante
do cenário de urgente restrição fiscal e sem margem de manobra para
grandes desonerações de impacto efetivo para o setor, a solução de
mercado seria a mais assertiva.
Depois de cortar impostos de setores tão diversos como o dos fabricantes
de linha branca (geladeiras, fogões e lavadoras), o de materiais de
construção e de montadoras, o governo precisou apertar o cinto.
As manifestações nas ruas em junho, exigindo investimentos em
infraestrutura de serviços públicos, como escolas, hospitais e obras de
mobilidade urbana, complicaram ainda mais o quadro orçamentário.
Nos bastidores, avalia-se que a principal demanda das companhias aéreas, um valor menor do querosene de aviação,
teria um alto custo econômico e político, já que passaria a imagem de
um governo preocupado em ajudar quem viaja de avião, enquanto
manifestantes pedem mais transporte público urbano. Além disso, a
renúncia fiscal seria de bilhões de reais.
Uma possibilidade que está sendo avaliada pelo Executivo para
implementar essa ideia é costurar com os deputados a aprovação, ainda
neste ano, de um projeto de lei que está pronto para ser votado na
Câmara, e que tramita há nove anos no Congresso Nacional.
Fonte: Exame.com
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