Os passageiros do voo JJ 8065, da TAM, que passou por turbulência na
madrugada desta segunda-feira (2) quando vinha de Madri, na Espanha,
para São Paulo, desembarcaram por volta
das 18h15 no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na
Grande São Paulo. Na chegada, os passageiros reclamaram da falta de
equipamentos de primeiros socorros na aeronave e da demora da tripulação
em explicar o que aconteceu.
De acordo com companhia aérea, ao menos 15 pessoas ficaram feridas no
incidente, sendo 12 passageiros e três tripulantes. A aeronave precisou
fazer um pouso de emergência no aeroporto de Fortaleza, no Ceará,
durante a madrugada. Depois do atendimento aos feridos, a TAM informou
que o voo partiu por volta das 14h30 trazendo 121 passageiros e 16
tripulantes a São Paulo. Em nota, a companhia "lamentou o corrido" e
disse que dará apoio aos passageiros e funcionários (leia a íntegra abaixo). Procurada, a TAM não havia se pronunciado até as 19h50 sobre as reclamações dos passageiros.
Na chegada a São Paulo, os passageiros demonstravam alívio e fizeram
muitas reclamações. O bombeiro Renan de Oliveira, de 21 anos, disse que
precisou improvisar com cobertores, mantas, toalhas e travesseiros para
fazer um colete cervical e tipoias, equipamentos de primeiros socorros
que, segundo ele, não estavam disponíveis.
Renan estava dormindo quando o avião entrou na turbulência. Ele afirmou
que, quando percebeu, estava no ar. “Quando acordei, estava entre o teto
e o chão”, disse. Após o susto, a tripulação questionou se havia
médicos entre os passageiros para ajudar no atendimento das vítimas.
O bombeiro, então, se ofereceu para prestar os primeiros atendimentos.
“Tivemos de fazer um colete cervical em uma das passageiras com uma
coberta, porque não tinha na aeronave. Também improvisamos para fazer
tipoias”, contou.
O contador Vagner Moreira, por sua vez, disse que o comandante demorou
cerca de 40 minutos para dar uma explicação sobre o ocorrido. “Achei
isso um absurdo, porque não sabíamos o que estava acontecendo, não
sabíamos se iríamos sobreviver ou não”, disse. Ele e a esposa estavam
com o cinto de segurança quando a aeronave sofreu a turbulência. Mesmo
assim, a mulher dele ficou com marcas arroxeadas na região da cintura.
"Parecia que tinha caído em uma vala. Quando olhei, tinha gente grudada
no teto. Ouvi uma aeromoça dizer que tinha passageiro com fratura
exposta", relatou. No momento do incidente, o contador temeu pelo pior:
"Disse para a minha mulher: 'Já era.'"
O advogado Ricardo Ramires, mesmo seguro pelo cinto, chegou a bater a
cabeça no banco da frente. No momento, as luzes dentro da aeronave
estavam apagadas e muitos dormiam. “Foi tudo muito rápido. Caiu de forma
abrupta. Não houve aviso algum, não acendeu luz nenhuma. Depois, foi
muita gritaria, muito pânico”, afirmou.
O cozinheiro paraguaio Claudio Leiva sofreu uma escoriação no tornozelo
direito no incidente. Apesar do machucado, a lembrança do episódio era o
que mais o aterrorizava. “A cena não sai da minha cabeça. Não estava de
cinto. Subi de repente e cai com tudo, batendo o tornozelo. Foi um
pânico total”, disse.
A advogada Karla Casanova foi sucinta ao descrever a cena: “Foi
assustador.” No momento, ela estava sem cinto, mas o marido evitou o
pior: “Foi ele quem me segurou”.
Feridos
Duas passageiras do voo estão com fraturas, uma delas na coluna e a outra, na clavícula, segundo informou o chefe de equipe do Instituto Dr. José Frota (IJF), Fernando Delgado. A colombiana de 32 anos e a peruana de 52 anos continuam internadas em Fortaleza.
Duas passageiras do voo estão com fraturas, uma delas na coluna e a outra, na clavícula, segundo informou o chefe de equipe do Instituto Dr. José Frota (IJF), Fernando Delgado. A colombiana de 32 anos e a peruana de 52 anos continuam internadas em Fortaleza.
De acordo com o IJF, além da fratura na coluna, a colombiana está com
uma luxação no cotovelo. Já a peruana está com uma fratura na clavícula.
As duas passageiras foram transferidas no fim da tarde para o Hospital
São Carlos, no Bairro Dionísio Torres.
Confira a nota da TAM na íntegra:
"São Paulo, 2 de setembro de 2013 - A TAM informa que permanecem
internadas em Fortaleza (CE) duas das 15 pessoas (12 passageiros e 3
tripulantes) que ficaram feridas quando a aeronave que fazia o voo
JJ8065 (Madri - São Paulo/Guarulhos) passou por turbulência por volta da
0h20 desta segunda-feira. Segundo o hospital, as duas passarão por
exames complementares. Em respeito à sua privacidade, a TAM não
informará nomes.
As causas do ocorrido estão sendo apuradas. A aeronave, um Airbus
A330, foi entregue pela fabricante à TAM em outubro de 2005. Como toda a
frota da companhia em operação - uma das mais jovens do mundo -, está
em perfeitas condições de voo, cumprindo todos os requisitos de
segurança.
O voo vindo de Madri pousou em segurança à 1h36 (hora local) no aeroporto da capital cearense, onde todos desembarcaram. Os passageiros que necessitavam assistência foram encaminhados para atendimento médico, e 13 deles liberados em seguida.
Parte dos passageiros tinha Fortaleza como destino final e
permaneceu na cidade. Outros foram reacomodados ainda de manhã em voos
da companhia e seguiram para seus locais de destino. Os demais - 121
passageiros - chegaram a São Paulo em outra aeronave, no voo JJ 9362,
que pousou no aeroporto de Guarulhos às 17h33.
A companhia lamenta o ocorrido e reitera seu apoio aos seus passageiros e funcionários."
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.