Turbulências muito fortes durante voos não ocorrem com muita frequência,
mas quando ocorrem podem causar estragos, como no caso do voo da Tam de Madri para São Paulo que deixou 12 feridos na madrugada de segunda-feira (2).
As turbulências são a maior causa de ferimentos em passageiros e na
tripulação em acidentes aéreos não fatais, segundo autoridades como a
Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), a Administração
Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA, e a Autoridade
Australiana de Aviação Civil. A cada ano, 58 pessoas, em média, ficam
feridas nos Estados Unidos durante turbulências, por não usarem o cinto
de segurança.
A maior parte das turbulências é leve, curta e não causa prejuízos. Elas
ocorrem devido à movimentação do ar: as massas de ar quente (mais
leves) sobem, enquanto as massas de ar frio (mais pesadas) descem. Esse
deslocamento produz correntes de vento e, a depender da velocidade com
que isso se dá, do calor e da pressão atmosférica, podem fazer o avião
“chacoalhar”.
“É como em um carro. A situação ideal é dirigir em uma estrada lisinha.
Mas se de repente vem um trecho cheio de buracos, o carro vai sofrer
solavancos. No avião, esses movimentos de ar provocam as turbulências”,
compara Hernan Dario Ceron Muñoz, professor do Departamento de
Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP.
Isso não significa que a aeronave vá cair. “A aeronave está preparada
para enfrentar as turbulências. Não ocorre comprometimento estrutural”,
garante Ronaldo Jenkis, coordenador da Comissão de Segurança de Vôo da
Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).
Mas, caso os passageiros estejam despreparados (sem cinto de segurança), podem sofrer fraturas e outros ferimentos.
Em muitos casos, os pilotos, com a ajuda de radares meteorológicos,
conseguem detectar a passagem por uma área de turbulência a tempo de
avisar as pessoas a bordo. Mas nem sempre elas são previsíveis. “Se for
uma nuvem de desenvolvimento vertical [do tipo que provoca temporais]
muito grande, aparece no radar e é possível desviar do núcleo. Mas não
dá pra saber a intensidade, e as periferias têm turbulências também”,
diz Jenkins.
Por isso, a principal ação de segurança é estar com o cintos afivelado o
máximo de tempo possível. “O grande problema é que os passageiros têm
descaso com a orientação de uso do cinto”, diz Muñoz. “Tirar o cinto,
só para ir ao banheiro e voltar”, completa Jenkins.
Fonte: G1
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