O ano passado foi o mais seguro na história da aviação comercial em
algumas medições, apesar de dois acidentes de grande destaque envolvendo
aeronaves da Malaysia Airlines, nos quais centenas de pessoas morreram,
disse um importante órgão da indústria nesta segunda-feira.
Apesar de mais pessoas terem morrido em acidentes aéreos em 2014 do que
na média dos últimos anos, o número de acidentes fatais, comparado com o
número total de voos, teve um mínima recorde, de acordo com a
Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).
"Enquanto a segurança da aviação estava nas manchetes em 2014, os dados
mostram que os voos continuam a melhorar a performance de segurança",
disse Tony Tyler, diretor-geral e presidente-executivo da Iata, em nota.
A Iata, que representa cerca de 250 empresas aéreas, disse em um
relatório anual de segurança que houve 12 acidentes fatais em 2014, com
641 mortes, contra 19 acidentes fatais, com 517 mortes por ano em um
período de 5 anos entre 2009 e 2013.
As estatísticas de 2014 da Iata não incluíram o desaparecimento do voo
MH17 da Malaysia Airlines, que foi derrubado por um míssil na Ucrânia em
junho do último ano, que não foi classificado como acidente. Todas as
298 pessoas a bordo morreram.
"Para o público uma tragédia aérea é uma tragédia aérea,
independentemente de como é classificada", disse Tyler. "Em 2014 nós
vimos uma redução no número de acidentes fatais - e isto seria verdade
mesmo se incluíssemos o MH17 no total", completou.
O outro acidente bastante conhecido de 2014, o desaparecimento do voo
MH370 da Malaysia Airlines, que saia de Kuala Lumpur para Pequim em 8 de
março de 2014 com 239 passageiros e tripulação, se tornou um dos
maiores mistérios na história da aviação.
Uma busca extensiva no sul do oceano índico, onde dados de satélites
mostraram que o Boeing 777-200ER foi parar após divergir do plano de voo
original, não encontrou nenhum sinal da aeronave. Um relatório
investigativo divulgado no domingo não revelou nada novo.
A Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), órgão das Nações
Unidas que regula a aviação global, propôs após o voo MH370 que
aeronaves comerciais reportassem suas posições a cada 15 minutos, no
lugar da regra atual, na qual as posições são reportadas a cada 30 a 40
minutos.
Tyler disse a repórteres em Hong Kong que tal sistema seria implantado
até novembro de 2016. As companhias aéreas adiaram a primeira data
proposta pela ICAO, que seria até dezembro de 2015.
"No momento não existe tecnologia que possa rastrear aeronaves em
qualquer lugar do mundo o tempo todo... estas coisas não acontecem
rápido", disse Tyler.
Fonte: G1
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