Falta, apenas, o relatório final ser divulgado, mas a apuração
técnica acerca da queda do helicóptero da Secretaria de Estado da
Segurança Pública (SSP), ocorrido no dia 23 de setembro do ano passado,
matando quatro militares, já está concluída desde o mês passado.
Os técnicos do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção
de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II) concluíram que a aeronave não
apresentou falha mecânica. Logo, fundamentaram que aspectos operacionais
(falha humana) foram a provável causa da tragédia.
O coronel aviador da reserva José Roberto Mendes da Silva, líder da
equipe de investigadores que atuaram neste caso, explicou que fechou os
detalhes antes mesmo do prazo rotineiro para apurações desta natureza,
que é basicamente de um ano. Como ele já havia adiantado, o trabalho foi
bastante difícil devido ao estado em que os destroços ficaram após a
queda do helicóptero. Mesmo assim, o grupo conseguiu avançar com o
suporte dos laudos periciais.
Na análise minuciosa feita no local do acidente e nas peças da
aeronave não ficou evidente, segundo o coronel Roberto, qualquer indício
de falha mecânica. Todo material foi recolhido, detalhadamente
vistoriado, estudado e serviu de base para a construção da minuta do
relatório final, elaborada pelos técnicos do Seripa.
O documento foi encaminhado em julho para o Centro Nacional de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão
responsável por produzir e divulgar, no próprio site, o relatório final
da respectiva apuração. De acordo com o Seripa, até o fim deste ano a
conclusão estará pronta e visível na internet.
Foram 10 meses de investigação até que se chegasse a este relatório.
Os aspectos operacionais citados pelo coronel José Roberto não foram
detalhados. Ele explicou que caberia ao Cenipa esta divulgação. Mas,
adiantou que a falha humana deve ter acontecido justamente pela ausência
de elementos que comprovassem algum defeito na aeronave. O coronel
garantiu que os referidos ‘aspectos operacionais’ estão claramente
fundamentados na minuta do relatório final.
Durante a investigação, engenheiros brasileiros e americanos vieram a
Alagoas e entraram em consenso após analisarem os destroços de que não
havia falha técnica, mas um provável erro operacional.
Problemas de pilotagem
Para os investigadores, o mais provável é que tenha ocorrido um
problema com a pilotagem da aeronave. Na verdade, pode ter acontecido
uma manobra que tornou o acidente irreversível. A investigação se baseou
em hipóteses, já que a equipe não contou com simulador do voo (não foi
possível junto à empresa fabricante), com a caixa-preta e também não tem
indícios de falha técnica.
O caso
O acidente aconteceu no dia 23 de setembro do ano passado.
O helicóptero da SSP caiu nas proximidades do Aeroclube de Maceió, no
bairro de Santa Lúcia. Após a queda, a aeronave pegou fogo e os corpos
foram completamente carbonizados. Morreram o major CB Milton Carnaúba, o
capitão PM Mário Henrique de Assunção, e os soldados Diogo Melo e
Marcos de Moura Pereira, ambos da PM de Alagoas.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a responsabilidade do
episódio. O delegado Manoel Acácio Júnior, designado para a
investigação, aguarda o relatório final para fechar o caso.
Fonte: Piloto Policial
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