Num ano em que o consumo das famílias pisou no freio, as companhias aéreas recorreram às promoções para atrair os consumidores. Como resultado, os preços das passagens aéreas já recuaram 22,97% este ano, de janeiro a outubro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No entanto, a taxa acumulada em 12 meses mostra que as tarifas costumam acelerar na reta final do ano, devido à alta temporada. A queda nos preços em 12 meses terminados em outubro é de apenas 1,38% devido à pressão de preços mais altos em novembro e dezembro do ano passado, o que indica que o item deve voltar a pressionar o IPCA no fechamento do ano, que já roda acima do teto da meta do governo, cuja tolerância é de 6,5% em 2014.
A consultoria Tendências prevê um aumento de 12% nas tarifas em novembro, seguido de outra elevação de 18% nos preços em dezembro. Ainda assim, a alta nas passagens aéreas no fechamento do IPCA de 2014 seria de apenas 1,9%, bem abaixo do avanço registrado em 2013, de 7,42%. Em dezembro de 2012, quando o consumo estava mais aquecido no País, essa alta foi ainda maior: 26%.
"Nesses meses de maior sazonalidade a gente espera sim esse aumento de tarifas. Mas a gente tem um quadro do cenário econômico que justifica uma demanda mais fraca. O consumo vai ter um comportamento muito pior este ano. A gente espera uma alta de 2,1% nas vendas do varejo, contra um resultado de 4,3% em 2013", explicou a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências.
Nem a realização da Copa do Mundo foi capaz de manter os preços mais altos este ano, como era esperado. "Subiu muito num mês e, no seguinte, a expectativa era que subisse também, mas caiu. As empresas se prepararam para uma demanda maior, que não aconteceu", contou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
O IBGE mede os preços das passagens aéreas com origem em 13 capitais para os destinos turísticos mais importantes do País. Em meses de baixa temporada, a pesquisa de preços é feita com 30 dias de antecedência. Para os meses de alta temporada, a apuração dos preços ocorre com antecedência de 60 dias. "Os aumentos costumam acompanhar os meses de férias e feriados", confirmou Eulina.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens acredita que os preços estão mais baratos este ano porque a oferta de passagens e pacotes de viagens aumentou. A entidade prevê um aumento de 5% a 5,5% nas vendas de agências de viagens neste fim de ano.
Outra explicação para a cobrança de tarifas menores pode estar na queda do preço do querosene de aviação (QAV). "Qualquer redução no combustível normalmente resulta em redução na tarifa, porque o QAV representa cerca de 40% do custo das empresas. Não é trivial", ressaltou o especialista em setor aéreo Cleveland Prates, sócio-diretor da consultoria Pezco Microanalysis.
Segundo a Gol, a relação entre o preço do combustível e as tarifas aéreas não é tão direta, até porque há uma defasagem de cerca de 45 dias para que um reajuste chegue de fato à companhia "O preço da passagem está muito mais ligado à demanda de mercado", afirmou Eduardo Bernardes, diretor executivo de Vendas e Marketing da Gol.
A companhia contou que fez algumas promoções ao longo do ano, e que opta pela estratégia de mostrar ao consumidor as tarifas mais competitivas toda vez que identifica uma redução na demanda No entanto, o indicador de valor médio da tarifa mostra que os preços cresceram 10% nos seis primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2013. No terceiro trimestre, houve queda de 2% nos preços, mas por uma redução na demanda de passageiros corporativos, que foi substituída por um aumento na demanda de passageiros em busca de lazer.
A Azul Linhas Aéreas também confirmou que tem feito diversas promoções, "especialmente em casos de lançamento de novas rotas e estreia em novos mercados". A TAM foi outra a promover ações promocionais ao longo do ano, com descontos de até 90% no valor da tarifa. "Como integra uma estratégia comercial, não revelamos os números e os resultados obtidos em nossas ações promocionais", ponderou a empresa, em nota. Segundo a companhia, os passageiros brasileiros já assimilaram que conseguem pagar menos quando compram passagens aéreas com antecipação.
Fonte: www.diariodolitoral.com.br
No entanto, a taxa acumulada em 12 meses mostra que as tarifas costumam acelerar na reta final do ano, devido à alta temporada. A queda nos preços em 12 meses terminados em outubro é de apenas 1,38% devido à pressão de preços mais altos em novembro e dezembro do ano passado, o que indica que o item deve voltar a pressionar o IPCA no fechamento do ano, que já roda acima do teto da meta do governo, cuja tolerância é de 6,5% em 2014.
A consultoria Tendências prevê um aumento de 12% nas tarifas em novembro, seguido de outra elevação de 18% nos preços em dezembro. Ainda assim, a alta nas passagens aéreas no fechamento do IPCA de 2014 seria de apenas 1,9%, bem abaixo do avanço registrado em 2013, de 7,42%. Em dezembro de 2012, quando o consumo estava mais aquecido no País, essa alta foi ainda maior: 26%.
"Nesses meses de maior sazonalidade a gente espera sim esse aumento de tarifas. Mas a gente tem um quadro do cenário econômico que justifica uma demanda mais fraca. O consumo vai ter um comportamento muito pior este ano. A gente espera uma alta de 2,1% nas vendas do varejo, contra um resultado de 4,3% em 2013", explicou a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências.
Nem a realização da Copa do Mundo foi capaz de manter os preços mais altos este ano, como era esperado. "Subiu muito num mês e, no seguinte, a expectativa era que subisse também, mas caiu. As empresas se prepararam para uma demanda maior, que não aconteceu", contou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
O IBGE mede os preços das passagens aéreas com origem em 13 capitais para os destinos turísticos mais importantes do País. Em meses de baixa temporada, a pesquisa de preços é feita com 30 dias de antecedência. Para os meses de alta temporada, a apuração dos preços ocorre com antecedência de 60 dias. "Os aumentos costumam acompanhar os meses de férias e feriados", confirmou Eulina.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens acredita que os preços estão mais baratos este ano porque a oferta de passagens e pacotes de viagens aumentou. A entidade prevê um aumento de 5% a 5,5% nas vendas de agências de viagens neste fim de ano.
Outra explicação para a cobrança de tarifas menores pode estar na queda do preço do querosene de aviação (QAV). "Qualquer redução no combustível normalmente resulta em redução na tarifa, porque o QAV representa cerca de 40% do custo das empresas. Não é trivial", ressaltou o especialista em setor aéreo Cleveland Prates, sócio-diretor da consultoria Pezco Microanalysis.
Segundo a Gol, a relação entre o preço do combustível e as tarifas aéreas não é tão direta, até porque há uma defasagem de cerca de 45 dias para que um reajuste chegue de fato à companhia "O preço da passagem está muito mais ligado à demanda de mercado", afirmou Eduardo Bernardes, diretor executivo de Vendas e Marketing da Gol.
A companhia contou que fez algumas promoções ao longo do ano, e que opta pela estratégia de mostrar ao consumidor as tarifas mais competitivas toda vez que identifica uma redução na demanda No entanto, o indicador de valor médio da tarifa mostra que os preços cresceram 10% nos seis primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2013. No terceiro trimestre, houve queda de 2% nos preços, mas por uma redução na demanda de passageiros corporativos, que foi substituída por um aumento na demanda de passageiros em busca de lazer.
A Azul Linhas Aéreas também confirmou que tem feito diversas promoções, "especialmente em casos de lançamento de novas rotas e estreia em novos mercados". A TAM foi outra a promover ações promocionais ao longo do ano, com descontos de até 90% no valor da tarifa. "Como integra uma estratégia comercial, não revelamos os números e os resultados obtidos em nossas ações promocionais", ponderou a empresa, em nota. Segundo a companhia, os passageiros brasileiros já assimilaram que conseguem pagar menos quando compram passagens aéreas com antecipação.
Fonte: www.diariodolitoral.com.br
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