A alta volatilidade do câmbio, que só neste mês variou entre R$ 2,1226 e
R$ 2,2580, preocupa os executivos das principais companhias aéreas do
país. Durante o evento “Aerobrasil 2013 – I Seminário Nacional de
Aeroportos”, realizado nesta quinta-feira (27) em São Paulo, o assunto
veio à tona mais de uma vez.
“O câmbio preocupa demais o setor. O setor não teve um ano muito
favorável em 2012 e esta virada do câmbio tem preocupado bastante o
setor”, disse Victor Celestino, diretor de Relações Institucionais da Azul Linhas Aéreas.
Pouco depois, foi a vez de José Efromovich, presidente da Avianca,
falar sobre o assunto. “Os desafios para a indústria da aviação são
enormes. Estamos num mercado onde os números que nós apresentamos nos
últimos dois anos não são os mais bonitos de se ver e, numa situação com
a volatilidade do dólar como o que ocorreu agora nas últimas quatro
semanas, que está tendendo a chegar aos 15%, afeta drasticamente o que
seria o custo das nossas operações.”
Queixa recorrente no setor, Efromovich aproveitou para criticar os
custos do querosene de aviação (QAV) no Brasil. “O custo do querosene
representa na nossa indústria aproximadamente 43% dos nossos custos,
sendo que, no exterior, a média não passa de 33%. Então, temos uma
desvantagem competitiva muito importante”, disse.
Segundo ele, é importante trazer à tona a discussão de como o QAV é
precificado. “Por que só no Brasil se paga tanto pelo QAV? Temos a
precificação vinculada ao custo do petróleo, que é ligado ao dólar,
sendo que aproximadamente 70% do querosene para aviação é produzido no
país”, comentou.
Alberto Fajerman, vice-presidente de Relações Institucionais da Gol,
disse que o QAV é o único combustível que tem reajuste mensal no Brasil.
“Há muito tempo que o transporte aéreo já não é mais um transporte de
elite. Grande parte dos nossos passageiros são da nova classe C. E por
que temos um tratamento pior do que os outros combustíveis?”, disse.
Quem também aproveitou para fazer críticas à situação foi Basílio Dias,
diretor de Assuntos Regulatórios da TAM. “Temos um estado aqui no
Brasil onde nós pagamos ICMS para poder fazer um voo para o exterior, e
uma empresa americana voando dentro do mesmo estado não paga. Ou seja,
fica difícil a competitividade. A passagem, na sua totalidade, em média
40% a 42% fica com combustível e você ainda paga mais que a empresa
americana, que vem aqui no Brasil voar para o mesmo lugar que a gente,
pagando menos no combustível, fica difícil de a gente ter essa
competitividade”, emendou.
Fonte: G1
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