domingo, 30 de junho de 2013

Volatilidade do dólar preocupa companhias aéreas

Profissionais do setor de aviação civil participaram de seminário em São Paulo, nesta quinta-feira (27) (Foto: Fabíola Glenia/G1) A alta volatilidade do câmbio, que só neste mês variou entre R$ 2,1226 e R$ 2,2580, preocupa os executivos das principais companhias aéreas do país. Durante o evento “Aerobrasil 2013 – I Seminário Nacional de Aeroportos”, realizado nesta quinta-feira (27) em São Paulo, o assunto veio à tona mais de uma vez.

“O câmbio preocupa demais o setor. O setor não teve um ano muito favorável em 2012 e esta virada do câmbio tem preocupado bastante o setor”, disse Victor Celestino, diretor de Relações Institucionais da Azul Linhas Aéreas.
 
 Pouco depois, foi a vez de José Efromovich, presidente da Avianca, falar sobre o assunto. “Os desafios para a indústria da aviação são enormes. Estamos num mercado onde os números que nós apresentamos nos últimos dois anos não são os mais bonitos de se ver e, numa situação com a volatilidade do dólar como o que ocorreu agora nas últimas quatro semanas, que está tendendo a chegar aos 15%, afeta drasticamente o que seria o custo das nossas operações.”

Queixa recorrente no setor, Efromovich aproveitou para criticar os custos do querosene de aviação (QAV) no Brasil. “O custo do querosene representa na nossa indústria aproximadamente 43% dos nossos custos, sendo que, no exterior, a média não passa de 33%. Então, temos uma desvantagem competitiva muito importante”, disse.

Segundo ele, é importante trazer à tona a discussão de como o QAV é precificado. “Por que só no Brasil se paga tanto pelo QAV? Temos a precificação vinculada ao custo do petróleo, que é ligado ao dólar, sendo que aproximadamente 70% do querosene para aviação é produzido no país”, comentou.

Alberto Fajerman, vice-presidente de Relações Institucionais da Gol, disse que o QAV é o único combustível que tem reajuste mensal no Brasil. “Há muito tempo que o transporte aéreo já não é mais um transporte de elite. Grande parte dos nossos passageiros são da nova classe C. E por que temos um tratamento pior do que os outros combustíveis?”, disse.

Quem também aproveitou para fazer críticas à situação foi Basílio Dias, diretor de Assuntos Regulatórios da TAM. “Temos um estado aqui no Brasil onde nós pagamos ICMS para poder fazer um voo para o exterior, e uma empresa americana voando dentro do mesmo estado não paga. Ou seja, fica difícil a competitividade. A passagem, na sua totalidade, em média 40% a 42% fica com combustível e você ainda paga mais que a empresa americana, que vem aqui no Brasil voar para o mesmo lugar que a gente, pagando menos no combustível, fica difícil de a gente ter essa competitividade”, emendou.
 
Fonte: G1

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