Após 27 anos de atividade, chegou a hora das aeronaves que levaram a
Força Aérea Brasileira (FAB) para os quatro cantos do mundo se
aposentarem. Os KC-137, versão militar do Boeing 707, saíram de
atividade no dia 10 de outubro de 2013, em solenidade realizada na Base
Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ). Os aviões pertenciam ao
Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte, (2º/2º GT), o
Esquadrão Corsário.
"Não lamentamos que o KC-137 se foi e, sim, nos rejubilamos pelos
feitos da aeronave. Nas asas do avião, nós vemos o trabalho de nossa
Força Aérea, da nossa gente e do país. Eu agradeço àqueles que voaram o
KC-137 e o fizeram voar. E, agora, olhamos para o que o futuro nos
reserva", disse o Comandante do Esquadrão Corsário, Rogelio Azevedo Ortiz.
Os KC-137 chegaram à FAB em meados dos anos 1980. Desde então,
conquistaram um lugar na história da aviação nacional ao integrar as
principais missões humanitárias promovidas pelo Brasil, além do resgate
de brasileiros vítimas de guerras e catástrofes. A versatilidade das
aeronaves permitiram sua aplicação tanto no transporte de tropas em
missões de paz no Haiti, em Angola e no Timor Leste, como também em
apoio a atividades científicas, desportivas e sociais de interesse do
Brasil.
Entre 1986 e 1987, o Esquadrão Corsário recebeu quatro unidades Boeing
KC-137 que pertenceram à empresa aérea VARIG e passaram por modificações
na Boeing Military Aircraft Company, Wichita, no estado norte-americano
do Kansas. Foram batizadas então de FAB-2401, FAB-2402, FAB-2403 e
FAB-2404.
As aeronaves possuem como marca registrada a capacidade de
reabastecimento em voo (REVO), além de transporte de carga e de pessoal,
o que representou uma significativa mudança no comportamento
operacional e logístico de manipulação de cargas, potencial de REVO e
operação de grande volume de passageiros na FAB.
Até 2005, o Boeing FAB-2401, ficou responsável pelo transporte do
Presidente da República, quando foi substituído com a chegada do Airbus
VC1A, o Santos-Dumont. A unidade, adaptada para a missão, realizou
diversas viagens ao exterior em compromissos oficiais da presidência e
de ministros de Estado. Embora desativado como aeronave presidencial, os
KC-137 concentraram a sua função estratégica no reabastecimento em voo
de caças F-5EM, F-2000 Mirage e A1, graças à elevada capacidade de
conduzir combustível (90.000 litros) à maior distância e maior altitude,
com possibilidade de transferência de 1700 litros por minuto, e a
atuação como aeronaves de transporte de longo alcance e grande
capacidade.
Fonte: Agência Força Aérea
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