A companhia aérea Azul está se preparando para operar voos
internacionais e comprar aviões maiores, segundo fontes próximas à
empresa. A companhia confirma que mantém estudos para promover uma
expansão internacional, mas diz que ainda não há decisões tomadas sobre o
projeto.
"Sim, existe a intenção de fazer voo internacional.
Essa é nossa visão de longo prazo e não nego que estamos fazendo esse e
outros estudos", disse o diretor de comunicação da Azul, Gianfranco
Beting. "Uma companhia que já tem 18% do mercado, 10 mil tripulantes e
140 aviões tem de pensar nos próximos passos. O voo internacional é um
próximo passo." Ele não informou, no entanto, quando a empresa entrará
no mercado internacional e quais os destinos prioritários.
O
projeto de lançar voos internacionais começou a ganhar força dentro da
Azul no início de 2012, mas ficou na gaveta após o anúncio da fusão com a
Trip, em maio daquele ano, apurou o Estado com fontes próximas à
empresa. Naquela época, a intenção da Azul era começar as rotas
internacionais com voos para a América do Sul.
A partir de meados
de 2012, a integração com a Trip virou prioridade e a companhia tratou
de ajustar malha, frota e equipe para aproveitar as sinergias. No último
dia 10, a Azul conseguiu a aprovação que faltava para concluir a
incorporação da Trip - a empresa fechou um acordo com o sindicato dos
pilotos e comissários e poderá integrar a tripulação.
Após a
fusão da Trip, a Azul passou a servir 105 destinos no Brasil, mais do
que o dobro das líderes TAM e Gol. A empresa entende que já está perto
do limite para a expansão do número de destinos no País. "Nas condições
atuais, não há muito mais cidades que podem ser servidas (pela Azul).
Então, é claro que a gente está de olho em outras oportunidades de
crescimento", disse Beting.
Com a conclusão da fusão da Trip, o
projeto de lançar voos internacionais ganhou novo fôlego e foi revisado.
A prioridade da Azul agora é lançar voos para os Estados Unidos,
disseram quatro fontes do setor. Uma das possibilidades em estudo é
levar os passageiros para Nova York e Fort Lauderdale, na Flórida.
Além
de serem destinos requisitados pelos brasileiros, os aeroportos são
bases operacionais da Jetblue, companhia fundada por David Neeleman em
1998 - o empresário criou a Azul em dezembro de 2008 e é o atual CEO da
empresa. "A parceria dá capilaridade para a Azul distribuir passageiros
nos EUA. Neeleman conhece as oportunidades do mercado americano e
certamente terá facilidade para negociar um acordo comercial entre as
empresas e aprovações com as autoridades do País", disse uma fonte
próxima à Azul.
Aeronave
A empresa já
mantém conversas com as fabricantes Boeing e Airbus sobre a compra de
aviões para voos de longa distância. O modelo A330 é um dos mais cotados
para o projeto.
O diretor de comunicação da Azul confirma que a
empresa conversa com fabricantes de aeronaves, mas diz que "pesquisar
aviões maiores e menores faz parte dos estudos que a companhia faz desde
que nasceu".
Segundo Beting, a decisão de comprar aviões maiores
não está tomada e depende de uma capitalização da Azul. Uma aeronave de
grande porte, como um Airbus ou Boeing com 200 a 300 assentos, custa
cerca de US$ 300 milhões. "Para fazer encomenda dessas, a empresa tem de
estar capitalizada", diz.
A Azul está tentando se capitalizar
por meio de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em
inglês). A companhia já pediu o registro de empresa aberta à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) e aguarda o aval do órgão. A oferta é
estimada pelo mercado em cerca de R$ 1 bilhão. Além do aval da CVM, a
abertura de capital da Azul depende das condições da economia. "A
empresa só fará o IPO quando e se acreditar que haverá uma oferta de
sucesso", ressalta Beting.
Francisco Faria
Foto: internet
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Fonte: d24am.com
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