As bases aéreas
militares serão usadas pelas seleções de futebol, delegações e
autoridades durante a Copa do Mundo Fifa 2014. Já foram recebidos
pedidos para utilização das Bases do Galeão, no Rio de Janeiro; de
Brasília (DF) e de Fortaleza (CE). As informações foram fornecidas na
tarde desta sexta-feira (21) pela Força Aérea Brasileira (FAB), em
entrevista coletiva realizada no VI Comando Aéreo Regional (VI Comar),
em Brasília (DF).
Detalhes sobre que países consultaram a
possibilidade de uso de bases militares não foram divulgados "para não
gerar expectativas", conforme explicou o chefe do Centro de
Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), coronel Ary Rodrigues
Bertolino. As solicitações estão sendo centralizadas junto à Secretaria
de Aviação Civil (SAC), que as enviará à FAB para que sejam feitas as
autorizações.
De acordo com Bertolino, o uso das bases
possibilitará o desembaraço alfandegário mais ágil e não impactará a
rotina dos aeroportos com a chegada e saída de aeronaves com delegações,
autoridades e astros de futebol.
Exclusão do espaço aéreo
A coletiva foi aberta pelo chefe do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro
(Comdabra), brigadeiro Antonio Carlos Egito do Amaral, que explicou
como as tratativas para a segurança do espaço aéreo na Copa foram
feitas. Segundo ele, o planejamento envolve o Comdabra, a SAC, o
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e a Agência Nacional de
Aviação Civil (ANAC).
"O plano é baseado em áreas de
exclusão, com modelo internacional, a fim de manter a segurança do
tráfego aéreo e ordenar o fluxo de aeronaves", disse o brigadeiro. O
sistema consiste em três zonas de exclusão para a Copa: área branca,
reservada; amarela, restrita; e vermelha, proibida. Essas áreas são
calculadas a partir da localização dos estádios, conforme explica o Guia
Prático de Consulta sobre as alterações do Espaço Aéreo, publicação do
Decea.
Segundo a Aeronáutica, foram treinados 2,6 mil
controladores militares de voo para as operações na Copa de 2014. Na
área reservada (branca), que abrange o terminal da cidade-sede, poderão
voar todas as aeronaves que têm plano de voo e código transponder ligado,
ou seja, todos os aviões identificados. Na restrita (amarela) não
poderão entrar, durante a ativação, as aeronaves da aviação geral e táxi
aéreo. Já na proibida (vermelha), só poderão entrar aeronaves de
segurança e de captação
de imagens previamente autorizadas pelo Comdabra. O período de ativação
das áreas de exclusão depende do horário dos jogos. Para a abertura e o
encerramento, as zonas serão ativadas três horas antes e quatro horas
após o início do jogo. Para as partidas da primeira fase da competição,
o tempo de restrição será de uma hora antes e até três horas depois do
início. Nas demais fases, uma hora antes e até quatro horas depois.
O
brigadeiro Egito ponderou que "quando é verificado que a área do
estádio já está esvaziada, pode ocorrer a liberação antes desse limite
de horário".
O modelo de restrição de áreas já foi implementado durante eventos sediados pelo Brasil,
como a Rio+20, em 2012, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da
Juventude, em 2013. Caças, helicópteros, aviões-radar e reabastecedores
da Aeronáutica voarão nas horas em que vigorar a exclusão aérea para
garantir a defesa do local.
Impactos
O chefe
do CGNA explicou que, especificamente para a Copa, serão utilizados 16
aeroportos nas 12 cidades-sede do mundial. Alguns terminais sofrerão
restrições de pousos ou decolagens, "mas nunca dois ao mesmo tempo",
disse. Apesar disso, oito aeroportos vão operar normalmente, sem nenhum
tipo de limitação: Guarulhos e Congonhas, em São Paulo; Galeão, no Rio
de Janeiro; Juscelino Kubistchek, em Brasília; Viracopos, em Campinas
(SP); Confins, em Belo Horizonte (MG); Augusto Severo, em Natal (RN); e
Salgado Filho, em Porto Alegre (RS).
"As restrições começam no
dia 12 de junho e terminam em 13 de julho, porém nos dias em que não
tiver jogos na cidade, essa limitação deixa de existir", afirmou o
coronel Bertolino.
Para o presidente da ANAC, Marcelo Pacheco dos
Guaranys, o fato de todo o planejamento ter sido feito em conjunto
garantirá o sucesso das operações aéreas durante a Copa. Guaranys
acrescentou que essas restrições impactarão parte pequena da população.
Serão, no máximo, 800 voos atingidos, o que representa 1% do total de
voos programados para o período e menos de 3 mil passageiros.
Ativação da sala master de comando e controle
A
sala master de comando e controle da aviação civil brasileira
funcionará 24 horas por dia durante a Copa. Ela está localizada no CGNA,
no Rio de Janeiro. Nela estão reunidos os principais órgãos
governamentais e entidades do setor para tomar decisões
rápidas. Integram o grupo representantes das empresas aéreas,
concessionárias dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas,
aviação executiva, representantes das empresas aéreas internacionais,
Petrobrás, Polícia Federal, Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC),
Secretaria de Aviação Civil (SAC), Infraero, Receita Federal, Sistema de
Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e empresas de serviços
auxiliares de transportes aéreos.
Aeroportos coordenados
A
previsão é de que 25 aeroportos brasileiros ficarão coordenados
durante o período de 10 de junho a 15 de julho, podendo variar de
aeroporto para aeroporto, a depender do número de jogos. Quando um
aeroporto é coordenado significa dizer que todas as intenções de voo
estarão condicionadas à obtenção de SLOT ATC (horário estimado) para
pouso ou decolagem. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) alocará SLOT ATC para
voos comerciais regulares e não-regulares (domésticos e internacionais)
e voos de delegações. A SAC ficará responsável pela alocação dos SLOT ATC para os Chefes de Estado e demais autoridades e o CGNA ficará com a aviação geral.
Fonte: JB.com.br
Foto: Internet
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