segunda-feira, 24 de março de 2014

Seleções e autoridades usarão bases aéreas militares durante a Copa


As bases aéreas militares serão usadas pelas seleções de futebol, delegações e autoridades durante a Copa do Mundo Fifa 2014. Já foram recebidos pedidos para utilização das Bases do Galeão, no Rio de Janeiro; de Brasília (DF) e de Fortaleza (CE). As informações foram fornecidas na tarde desta sexta-feira (21) pela Força Aérea Brasileira (FAB), em entrevista coletiva realizada no VI Comando Aéreo Regional (VI Comar), em Brasília (DF). 

Detalhes sobre que países consultaram a possibilidade de uso de bases militares não foram divulgados "para não gerar expectativas", conforme explicou o chefe do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), coronel Ary Rodrigues Bertolino. As solicitações estão sendo centralizadas junto à Secretaria de Aviação Civil (SAC), que as enviará à FAB para que sejam feitas as autorizações. 

De acordo com Bertolino, o uso das bases possibilitará o desembaraço alfandegário mais ágil e não impactará a rotina dos aeroportos com a chegada e saída de aeronaves com delegações, autoridades e astros de futebol. 

Exclusão do espaço aéreo 
A coletiva foi aberta pelo chefe do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), brigadeiro Antonio Carlos Egito do Amaral, que explicou como as tratativas para a segurança do espaço aéreo na Copa foram feitas. Segundo ele, o planejamento envolve o Comdabra, a SAC, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).  

"O plano é baseado em áreas de exclusão, com modelo internacional, a fim de manter a segurança do tráfego aéreo e ordenar o fluxo de aeronaves", disse o brigadeiro. O sistema consiste em três zonas de exclusão para a Copa: área branca, reservada; amarela, restrita; e vermelha, proibida. Essas áreas são calculadas a partir da localização dos estádios, conforme explica o Guia Prático de Consulta sobre as alterações do Espaço Aéreo, publicação do Decea. 

Segundo a Aeronáutica, foram treinados 2,6 mil controladores militares de voo para as operações na Copa de 2014. Na área reservada (branca), que abrange o terminal da cidade-sede, poderão voar todas as aeronaves que têm plano de voo e código transponder ligado, ou seja, todos os aviões identificados. Na restrita (amarela) não poderão entrar, durante a ativação, as aeronaves da aviação geral e táxi aéreo. Já na proibida (vermelha), só poderão entrar aeronaves de segurança e de captação de imagens previamente autorizadas pelo Comdabra. O período de ativação das áreas de exclusão depende do horário dos jogos. Para a abertura e o encerramento, as zonas serão ativadas três horas antes e quatro horas após o início do jogo.  Para as partidas da primeira fase da competição, o tempo de restrição será de uma hora antes e até três horas depois do início. Nas demais fases, uma hora antes e até quatro horas depois. 

O brigadeiro Egito ponderou que "quando é verificado que a área do estádio já está esvaziada, pode ocorrer a liberação antes desse limite de horário". 

O modelo de restrição de áreas já foi implementado durante eventos sediados pelo Brasil, como a Rio+20, em 2012, a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Caças, helicópteros, aviões-radar e reabastecedores da Aeronáutica voarão nas horas em que vigorar a exclusão aérea para garantir a defesa do local. 

Impactos 
O chefe do CGNA explicou que, especificamente para a Copa, serão utilizados 16 aeroportos nas 12 cidades-sede do mundial. Alguns terminais sofrerão restrições de pousos ou decolagens, "mas nunca dois ao mesmo tempo", disse. Apesar disso, oito aeroportos vão operar normalmente, sem nenhum tipo de limitação: Guarulhos e Congonhas, em São Paulo; Galeão, no Rio de Janeiro; Juscelino Kubistchek, em Brasília; Viracopos, em Campinas (SP); Confins, em Belo Horizonte (MG); Augusto Severo, em Natal (RN); e Salgado Filho, em Porto Alegre (RS). 

"As restrições começam no dia 12 de junho e terminam em 13 de julho, porém nos dias em que não tiver jogos na cidade, essa limitação deixa de existir", afirmou o coronel Bertolino. 

Para o presidente da ANAC, Marcelo Pacheco dos Guaranys, o fato de todo o planejamento ter sido feito em conjunto garantirá o sucesso das operações aéreas durante a Copa. Guaranys acrescentou que essas restrições impactarão parte pequena da população. Serão, no máximo, 800 voos atingidos, o que representa 1% do total de voos programados para o período e menos de 3 mil passageiros. 

Ativação da sala master de comando e controle 
A sala master de comando e controle da aviação civil brasileira funcionará 24 horas por dia durante a Copa. Ela está localizada no CGNA, no Rio de Janeiro. Nela estão reunidos os principais órgãos governamentais e entidades do setor para tomar decisões rápidas. Integram o grupo representantes das empresas aéreas, concessionárias dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas, aviação executiva, representantes das empresas aéreas internacionais, Petrobrás, Polícia Federal, Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC), Secretaria de Aviação Civil (SAC), Infraero, Receita Federal, Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e empresas de serviços auxiliares de transportes aéreos. 

Aeroportos coordenados 
A previsão é de que 25  aeroportos brasileiros ficarão coordenados durante o período de 10 de junho a 15 de julho, podendo variar de aeroporto para aeroporto, a depender do número de jogos. Quando um aeroporto é coordenado significa dizer que todas as intenções de voo estarão condicionadas à obtenção de SLOT ATC (horário estimado) para pouso ou decolagem. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) alocará SLOT ATC para voos comerciais regulares e não-regulares (domésticos e internacionais) e voos de delegações. A SAC ficará responsável pela alocação dos SLOT ATC para os Chefes de Estado e demais autoridades e o CGNA ficará com a aviação geral. 

Fonte: JB.com.br
Foto: Internet


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