Saiba como surgiram e de que maneira funcionam os balões de ar quente.
Balões de ar quente tomam os céus de Bristol, na Inglaterra, durante festival
realizado em 2012: atividade é segura, garante piloto
O balonismo é mais que um esporte: é também um hobby, tanto para pilotos
quanto passageiros, e uma forma bastante difundida de turismo em
diversos países. E, em todas essas variações, andar de balão é muito
seguro - a atividade de voo mais segura que existe, mesmo quando
comparada à aviação, na avaliação de Edson Romagnoli, presidente da
Confederação Brasileira de Balonismo (CBB). Por isso, a notícia de que
três brasileiros morreram durante um voo de balão na Capadócia causou espanto entre os entusiastas, que rechaçam a possibilidade de que o tráfego intenso no local tenha motivado o acidente.
"Muitos balões podem voar juntos - em alguns eventos, chegam a voar 700,
até mil balões ao mesmo tempo. Não é o tráfego que aumenta ou diminui
os riscos de acidente: o que influencia nisso é a negligência às normas
de segurança", afirmou Romagnoli ao Terra. "Os acidentes também estão
relacionados à falta de controle e à falha humana", acrescentou o
presidente da CBB.
Para voar, não há qualquer restrição; já para pilotar, é preciso passar
antes por um curso de balonismo, ter mais de 18 anos e demonstrar
aptidão física e psicológica. Seja para participar de um esporte, ver o
mundo de cima ou simplesmente se divertir, voar de balão é recomendado
para muitos interessados. É necessário, porém, tomar cuidado em qualquer
parte do mundo e se assegurar de que a atividade é regulamentada e
feita por profissionais em uma área adequada.
Como surgiu?
Considerado precursor da aviação mundial, o balonismo é a forma
bem-sucedida mais antiga de transporte humano pelos ares. O primeiro voo
de balão realizado com pessoas ocorreu em 1783, na França, devido aos
esforços dos pilotos Jean-François Pilâtre de Rozier e François Laurent
d'Arlandes. Durante 25 minutos, eles viajaram cerca de 12 quilômetros a
uma altitude de quase 1 mil metros ao redor de Paris e pousaram com
segurança no bairro francês de Butte-aux-Cailles.
"Os primeiros experimentos de voos com balão (como forma de transporte)
aconteceram há três séculos. Já o balonismo como esporte e veículo de
turismo tem passado por um desenvolvimento bem grande nos últimos 50
anos. Hoje, o balonismo está difundido no mundo todo", avalia Edson
Romagnoli.
Como funciona?
Com o material necessário separado previamente, uma equipe bem treinada
consegue montar um balão e deixá-lo pronto para voar em apenas 10
minutos. São necessários um cesto, o globo, combustível e o chamado
maçarico, com o qual se dosa as chamas que fazem o balão decolar, se
manter no ar e, enfim, pousar. Todo o processo é controlado pelo piloto,
que deve equilibrar os esforços necessários para manter o veículo no ar
ou levá-lo à terra firme.
O balão voa regido por uma força da física conhecida como empuxo - descrito por Isaac Newton
em suas célebres leis. O presidente da Confederação Brasileira de
Balonismo compara o movimento àquele de uma embarcação que flutua na
água. "Voar (de balão) é ação de 'maçaricar', manter o ar aquecido (no
interior) e equilibrar com o ar exterior. Esse ato provoca empuxo e,
depois de ter o ar aquecido, equilibra o peso necessário até
possibilitar a decolagem."
O tempo de voo depende da carga de combustível, mas geralmente dura
cerca de 1h30. O recomendado, porém, é que os veículos saiam abastecidos
com carga suficiente para duas horas de voo, por margem de segurança.
Segurança
Há algumas preocupações que pilotos e passageiros devem ter antes de
decidir voar. A principal delas é seguir as normas de segurança -
rígidas e difundidas mundialmente, de acordo com Edson Romagnoli. Ele
explica que o balão é uma aeronave com prefixo, como qualquer outra
(desde aviões Boeing a helicópteros, por exemplo). Assim como na
aviação, toda a atividade deve ser feita por profissionais e
supervisionada por controladores de voo.
Áreas com aeroportos e onde há grande incidência de linhas de alta
tensão não devem receber viagens de balão. Nas regiões onde a prática é
permitida, segundo Romagnoli, existe grande segurança, e é muito difícil
um balão encostar no outro - ainda que existem dezenas de balões voando
juntos. "Para se voar, há uma resevra de espaço aéreo", garante o
presidente da CBB. No acidente da Turquia, investigações preliminares
apontam que a cesta de um balão que voava mais alto rompeu o tecido de
outro globo, causando a queda que vitimou pelo menos três pessoas.
Fonte: Terra - Foto: Getty Images
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