O número de acidentes aeronáuticos no Brasil caiu pelo segundo ano
consecutivo. As informações analisadas pela Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC), que consideram dados da aviação geral oficialmente
registrados até 6 de janeiro de 2015, mostram que em 2014 ocorreram 136
acidentes aeronáuticos. O número é 14,5% menor que os dados registrados
em 2013, quando aconteceram 159 acidentes, considerando o número de
acidentes por milhão de decolagens. Comparado com o ano de 2012, a
redução em 2014 foi maior que 22%, pois há dois anos foram registrados
175 acidentes.
O número de acidentes aeronáuticos com fatalidades que ocorreram no
Brasil em 2014 também apresentou redução. Foram 27 acidentes com
fatalidades no ano passado, contra 29 registrados em 2013. O número de
2014 é o menor em quatro anos. A análise realizada pela ANAC foi feita
com base nos dados fornecidos pelo Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica.
A redução de acidentes ocorreu em cenário de expansão do número de
movimentos de aeronaves da aviação geral, que cresceu 5,2% em 2014,
segundo informações do Sistema DCERTA.
O Brasil também se manteve abaixo da média móvel de acidentes fatais
na aviação regular em comparação ao restante do mundo. Foram 0,19 por um
milhão de decolagens em 2014, enquanto a média mundial está em 0,39 por
um milhão de decolagens.
Fiscalização da ANAC
Em setembro de 2012, a ANAC criou a Gerência Geral de Ação Fiscal
(GGAF) para fortalecer suas ações de fiscalização, instalando Núcleos
Regionais de Aviação Civil (NURAC) para melhorar a capilaridade da
atuação da ANAC, intensificando e otimizando a fiscalização e se
tornando a Agência mais presente e mais próxima da sociedade. A GGAF,
além de coordenar esses núcleos, tem como principal objetivo comandar e
executar operações especiais, que são ações de inteligência e
fiscalização com vistas a aumentar, cada vez mais, a segurança no setor e
a melhoria da qualidade dos serviços prestados no transporte aéreo.
Desde que foi criada (2012), a GGAF realizou, em parceria com outros
órgãos do Governo, cinco edições da Operação Voe Seguro, uma ação de
fiscalização especial com foco na aviação geral. Essas operações são
feitas conjuntamente com o Comando da Aeronáutica (COMAER), a Polícia
Federal e a Receita Federal. Quatro delas ocorreram em 2013, nos estados
do Rio de Janeiro, São Paulo, Pará e Amazonas, e uma foi realizada em
2014, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ainda no ano passado, houve
uma ação especial promovida pela ANAC e pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Operação
Pôr-do-Sol , em Novo Progresso (PA), com apreensão de aeronaves
irregulares e carga proibida.
Além das ações especiais de fiscalização da aviação geral, realizadas
juntamente ao COMAER, Receita Federal e Polícia Federal, a ANAC conta
com o Sistema Decolagem Certa, que em 2014 analisou mais de 1 milhão de
operações da aviação geral em aeródromos brasileiros, contribuindo para a
eficiência em termos de vigilância continuada e monitoramento de voos. A
Agência também acompanha as operações da aviação regular e a o
cumprimento de requisitos de segurança operacional nos principais
aeroportos do País. O monitoramento assegura que a aviação civil
brasileira permaneça entre as mais seguras do mundo. A Agência regula,
certifica e fiscaliza as operações da aviação civil brasileira,
observando principalmente os padrões internacionais de segurança,
auditados inclusive pela Organização da Aviação Civil Internacional
(OACI), órgão das Nações Unidas.
Gestão Interna
Garantir a segurança das operações aéreas é uma prioridade para a
ANAC, motivo pelo qual a redução do índice de acidentes aéreos está
entre os objetivos estratégicos da Agência. E para assegurar o
cumprimento de seus objetivos e missão institucional, a Agência também
tem realizado diversas ações de gestão interna, tais como: concurso
público para incremento do quadro de pessoal; atualização do
planejamento estratégico; divulgação da Agenda Regulatória e elaboração
de projetos prioritários para diversos processos da Agência que englobam
a Gestão da Fiscalização, a Otimização e melhoria da qualidade do
processo de certificação de pessoal da aviação civil e a Implantação do
Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC (PSOE-ANAC), entre
outros.
Dados e metodologia
Os dados divulgados pela ANAC são produzidos com base nas consultas
realizadas nos bancos de dados da própria Agência e nos relatórios
encaminhados pelo Cenipa. Os acidentes considerados nas estatísticas
divulgadas são todos aqueles que ocorreram em 2014 e registrados
oficialmente até 06 de janeiro de 2015 com aeronaves regularmente
registradas no Brasil, independentemente de terem ocorrido em solo
nacional ou internacional. A inteligência aplicada pela ANAC na análise e
ponderação dos dados de acidentes busca extrair indicadores para
direcionamento dos seus processos de certificação, fiscalização,
normatização e regulação técnica.
Na metodologia utilizada pela Agência não estão incluídas as
ocorrências envolvendo atos de interferência ilícita, assim como
aeronaves de Segurança Pública e Defesa Civil (somente quando ocorridos
durante a realização especificamente destas operações). Também não são
consideradas as ocorrências com aeronaves que possuem somente a reserva
de marcas, por não terem suas matrículas definitivas nem aquelas
classificadas como experimentais e ultraleves devido às especificidades
nas operações e regulamentações.
O Brasil, por meio da ANAC, é um dos poucos países que estabeleceram e
contabilizam índices de acidentes ocorridos com aeronaves da aviação
geral. Em geral, internacionalmente, somente se contabilizam no cálculo
de índices de acidentes aqueles ocorridos com aeronaves da aviação
regular (comercial).
Fonte: Ascom/ANAC
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