Cerca de um ano depois de serem transferidos para a gestão privada, os aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos têm suas obras de ampliação adiantadas, novas lojas, mais estacionamentos e banheiros reformados. Os passageiros, no entanto, ainda circulam em terminais lotados e companhias aéreas e lojistas reclamam de aumento de preços pelas novas operadoras.
Neste momento, as concessionárias correm contra o tempo para entregar as principais obras de ampliação antes da Copa do Mundo. Em Guarulhos, cerca de 8.000 pessoas trabalham na construção do terceiro terminal de passageiros. Em Viracopos, as obras do novo terminal, que substituirá o atual, recebem cobertura para evitar interrupções com as chuvas de verão. Em Brasília, as obras são feitas no terminal em operação, que terá sua capacidade ampliada em 30% na primeira fase. A meta das administradoras é terminar as principais reformas e ampliações em maio de 2014.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acompanha mensalmente o desempenho das concessionárias. Em relatório obtido pelo Estado, a Anac classifica como “muito satisfatório” o desempenho das operadoras. “As obras têm sido executadas em ritmo adequado e muitas melhorias podem ser observadas nos três aeroportos”, afirma o documento.
De acordo com a Anac, os três consórcios vencedores - juntamente com o de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal - desembolsaram R$ 3,2 bilhões de um total de R$ 5,058 bilhões de investimentos obrigatórios na primeira fase. Os três aeroportos foram leiloados em fevereiro de 2012 e as empresas assumiram completamente a operação em fevereiro deste ano.
De acordo com a Anac, os três consórcios vencedores - juntamente com o de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal - desembolsaram R$ 3,2 bilhões de um total de R$ 5,058 bilhões de investimentos obrigatórios na primeira fase. Os três aeroportos foram leiloados em fevereiro de 2012 e as empresas assumiram completamente a operação em fevereiro deste ano.
A agência aponta entre as melhorias nos aeroportos a ampliação dos estacionamentos, a reforma dos banheiros e a troca da sinalização.
Foi com esse otimismo que o governo concedeu na sexta-feira mais dois aeroportos à iniciativa privada - o Galeão, no Rio, e Confins, em Minas Gerais.
Percepção
Apesar das reformas, muitos passageiros ainda não perceberam melhorias significativas nos aeroportos privatizados. “Não vi nada de diferente”, disse Ana Maria dos Santos, que desembarcou na semana passada em Guarulhos.
“Muita cosmética foi feita até agora. O que fará a diferença mesmo na qualidade dos aeroportos são as mudanças na infraestrutura”, disse o diretor no Brasil da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), Carlos Ebner. “Isso depende da conclusão das obras”, disse.
As empresas, no entanto, já sentiram um aumento de preços nos serviços não regulados. A tarifa de embarque, cobrada do passageiro na compra da passagem, é regulada pela Anac e não pode ser elevada pelas concessionárias. A conta chegou para o varejo e para as companhias aéreas com reajuste de preços de aluguel de lojas, balcões de check in, áreas de manutenção e serviços de publicidade, disseram ao Estado quatro fontes do setor. Uma delas, no entanto, admite que alguns preços da Infraero estavam defasados e agora estão compatíveis com os valores cobrados em aeroportos estrangeiros similares.
Um exemplo de serviço que ficou mais caro é a taxa cobrada das distribuidoras de combustível pelo espaço que ocupam para armazenagem do querosene de aviação, que subiu nos aeroportos de Guarulhos e Brasília após a privatização, apurou o Estado. “Só em um deles o reajuste foi de 27% e a conta para as companhias aéreas chegará a R$ 11 milhões por ano”, disse uma fonte do setor.
As companhias áreas chegaram a solicitar à Anac que os preços cobrados pelo uso de áreas operacionais fossem tabelados, mas o pleito não foi atendido. “Defendemos que o retorno sobre o investimento das concessionárias venha da exploração comercial”, disse Ebner, da Iata. “Não podemos encarecer os aeroportos do Brasil. Isso tira a competitividade da aviação e faz ela crescer menos.”
Juntos, os consórcios que administram os aeroportos de Guarulhos Brasília e Viracopos pagaram R$ 24,5 bilhões de outorga pelas concessões, um ágio de 347% em relação ao lance inicial do leilão, realizado em fevereiro do ano passado.
Varejo. As três concessionárias que operam os aeroportos privatizados apontam a ampliação da área comercial e mudanças no mix de lojas como a chave para viabilizar a rentabilidade dos aeroportos. Varejistas consultados pelo Estado disseram que já sentem preços maiores no aluguel das lojas.
As concessionárias, no entanto, afirmam que o aumento da receita comercial não virá necessariamente de aumento do aluguel, mas de uma gestão melhor do espaço. “Aumentamos a área comercial e qualificamos o serviço, o que fez com que as lojas vendessem mais”, disse o diretor comercial do aeroporto de Guarulhos, Fernando Sellos. As operadoras privadas querem atrair marcas conhecidas para os aeroportos e reorganizar a disposição dos espaços na intenção de vender mais.
Segundo ele, a receita comercial do aeroporto passou de 30% para 50% do total após o grupo assumir a operação.
Foi com esse otimismo que o governo concedeu na sexta-feira mais dois aeroportos à iniciativa privada - o Galeão, no Rio, e Confins, em Minas Gerais.
Percepção
Apesar das reformas, muitos passageiros ainda não perceberam melhorias significativas nos aeroportos privatizados. “Não vi nada de diferente”, disse Ana Maria dos Santos, que desembarcou na semana passada em Guarulhos.
“Muita cosmética foi feita até agora. O que fará a diferença mesmo na qualidade dos aeroportos são as mudanças na infraestrutura”, disse o diretor no Brasil da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), Carlos Ebner. “Isso depende da conclusão das obras”, disse.
As empresas, no entanto, já sentiram um aumento de preços nos serviços não regulados. A tarifa de embarque, cobrada do passageiro na compra da passagem, é regulada pela Anac e não pode ser elevada pelas concessionárias. A conta chegou para o varejo e para as companhias aéreas com reajuste de preços de aluguel de lojas, balcões de check in, áreas de manutenção e serviços de publicidade, disseram ao Estado quatro fontes do setor. Uma delas, no entanto, admite que alguns preços da Infraero estavam defasados e agora estão compatíveis com os valores cobrados em aeroportos estrangeiros similares.
Um exemplo de serviço que ficou mais caro é a taxa cobrada das distribuidoras de combustível pelo espaço que ocupam para armazenagem do querosene de aviação, que subiu nos aeroportos de Guarulhos e Brasília após a privatização, apurou o Estado. “Só em um deles o reajuste foi de 27% e a conta para as companhias aéreas chegará a R$ 11 milhões por ano”, disse uma fonte do setor.
As companhias áreas chegaram a solicitar à Anac que os preços cobrados pelo uso de áreas operacionais fossem tabelados, mas o pleito não foi atendido. “Defendemos que o retorno sobre o investimento das concessionárias venha da exploração comercial”, disse Ebner, da Iata. “Não podemos encarecer os aeroportos do Brasil. Isso tira a competitividade da aviação e faz ela crescer menos.”
Juntos, os consórcios que administram os aeroportos de Guarulhos Brasília e Viracopos pagaram R$ 24,5 bilhões de outorga pelas concessões, um ágio de 347% em relação ao lance inicial do leilão, realizado em fevereiro do ano passado.
Varejo. As três concessionárias que operam os aeroportos privatizados apontam a ampliação da área comercial e mudanças no mix de lojas como a chave para viabilizar a rentabilidade dos aeroportos. Varejistas consultados pelo Estado disseram que já sentem preços maiores no aluguel das lojas.
As concessionárias, no entanto, afirmam que o aumento da receita comercial não virá necessariamente de aumento do aluguel, mas de uma gestão melhor do espaço. “Aumentamos a área comercial e qualificamos o serviço, o que fez com que as lojas vendessem mais”, disse o diretor comercial do aeroporto de Guarulhos, Fernando Sellos. As operadoras privadas querem atrair marcas conhecidas para os aeroportos e reorganizar a disposição dos espaços na intenção de vender mais.
Segundo ele, a receita comercial do aeroporto passou de 30% para 50% do total após o grupo assumir a operação.
Fonte: em.com.br
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